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No amor também se tropeça.

Aviso: Isto aqui não é só palhaçada, como tal se continuar a ler este texto correrá o risco de achar demasiado lamechas e não voltar aqui, se assim for não leiam este, logo faço uma coisa mais fixe. Este é dos antigos que o antigo também é bom.



Comparo o amor com estradas, com buracos, lombas, curvas, rotundas e (infelizmente) caminhos cortados e sem saídas.

Aquele (T) mete-me medo, mas existe, e a única maneira de o contornar é dando a volta. Também há amores com esse T. Eu sei que há, já vi alguns e já senti que vivi outros e quando a estrada tem esse T eu não posso fazer nada, nem ninguém. O caminho está cortado, aliás, “chegarás até aí, não mais além”, é uma boa frase para este tipo de amor/estrada. Resumindo, se o amor não tem saída, não tem continuação e o obstáculo é impossível de superar, só se pode dar a volta. Desistir de um amor também é amar. Aceitar que não resulta não é esquecer. É perceber que tal como na condução, seguir por uma estrada sem saída não vale a pena…

Depois há aqueles caminhos e estradas com buracos, lombas, curvas, contracurvas. Aquelas estradas que estragam os pneus do carro sem ele ter culpa, mas nós temos que seguir nelas. “Algum dia ela será arranjada”. Bem, na verdade não temos que passar nelas, podemos ir pela autoestrada e pagar portagens e ir mais depressa, sem contratempos, sem solavancos, sem altos e baixos, basta seguir as placas, é mais difícil nos perdermos, basta seguir em frente, chegar mais depressa ao destino, reparar nas indicações. Eu não gosto de autoestradas. Chegar depressa ao destino irrita-me. E as opiniões alheias aborrecem-me. “Ah e tal para ali é Lisboa, não tem como enganar”. Sem aventuras não se vive. Isto é, na minha opinião, que vale o que vale.

E sendo assim, vou antes pela nacional, demoro mais a chegar a casa, o carro até pode sofrer mais com isso, mas sempre ouvi dizer que se deve “puxar pelo carro” e assim puxo mais por ele. Ele que se habitue aos sobressaltos, que a vida é mesmo assim. E assim é que tem piada.
Gosto de tornar o meu carro mais forte. Mais resistente. Um abanão não o pára. “É só mais um buraco no asfalto”.
Gosto de amores assim também. Que passam por caminhos semelhantes aos da estrada Nacional mas não desistem. Acho esses amores mais interessantes. Amores que tropeçam, que erram, que caem, e melhor, se mantêm.  
Não gosto de amores iguais aos outros, ou amores de autoestradas, que não se podem enganar, não têm desculpa porque está tudo bem sinalizado. Não têm desculpas para ter um furo porque o alcatrão é liso. Esses amores nem conseguem ver que os que vão pela Nacional são muito mais intensos. Vivem muito mais as coisas, as paisagens, os buracos e até sentem mais quando a estrada é macia.

Eu gosto de amar pela Nacional. Aprendo mais com as curvas, com as filas de espera, com os 60 km/h, com os buracos e lombas. Amo mais com estas dificuldades. Fui obrigada a saber mudar os pneus do carro e não a trocar de carro, porque é do meu carro que gosto, mesmo com todas as coisas más que ele tem. Mesmo sendo frágil por causa dos maus caminhos.
Gosto de amar assim, porque sei que é amor, porque não desisto e não vou pelo caminho mais fácil só porque me perdi ou porque tive um furo. Gosto de conduzir assim, e amar deste jeito, aprender a tirar o melhor partido de uma má estrada e fazer uma melhor viagem…

E que se lixe quem vai pela autoestrada.


Façam todos boa viagem.

(texto de minha autoria, atenção aos direitos de autor) 



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