A minha amiga fez-me um blog

Não me cabe a mim comentar ou opinar estes jogos de politiquices " sarsizeiros ", só que cabe-me a mim escrever, que era isso que queriam de mim.  E eu escrevo o que quero, principalmente quando estou revoltada ou triste. Até aqui gabava-me de não ser uma pessoa egoísta. Mas também sempre me orgulhei de não ser uma pessoa linear ou reticente a mudanças, sejam elas de que maneira forem, portanto, não tenho receio de acrescentar defeitos ao meu eu. Afinal sou egoísta. É isto que tenho a dizer. Este ano tirou-me, ou melhor, foi-me negado muita coisa. Tive que adiar a minha viagem de sonho, tive amigas a virar mães e eu ainda não pude pegar nem partilhar a felicidade delas, vou ter amigos que vão ser pais e eu vou ter de manter a merda da distância social. Fui daquelas que cumpriu literalmente e à risca, no meu pequeno T1, o isolamento, ou a quarentena mais de 2 meses, sem ter estado, por enquanto, infectada, a não ser com raiva. Fui daquelas que acreditou que podíamos virar ist...

Como devem saber, casei há 3 anos, o meu marido tem mais 4 anos que eu, mas parece que tem 50 anos a mais, portanto, há coisas que ele anseia mais que eu, como por exemplo, aumentar a família. Já antes de casar que ele implorava.  Eu sempre recusei, por diversos motivos. Não queria mais despesas. Não queria mais responsabilidades. Não queria mais preocupações. Todas essas coisas pesavam na minha recusa. Eu não queria aumentar a família para suprimir egos, nem para brincar.  Conheço-me e sei que a partir do momento em que tomasse essa decisão as despesas iriam chegar, queria poder dar tudo do bom e do melhor, desde o mais pequeno brinquedo, até ao melhor médico.  Ao tomar a decisão, não iria simplesmente ter e pronto, as despesas iriam aumentar: alimentação, idas ao médico, vacinas, brinquedos, tudooooo o que acarreta cuidar de uma vida. Porque eu sou assim. Ou é tudo ou é nada. Mas a principal razão era simples : EU NÃO GOSTO. É simples. NÃO GOSTO.  Pronto, há quem n...

A língua portuguesa, para além de ser minha, é a língua/idioma que mais gosto.  Como é lógico, também gosto de reclamar, há palavras que me arrepiam por detestar ouvi-las, como escrevi  aqui , maaaaaas, nem tudo são espinhos... Portanto, seguem as 10 palavras que considero as mais bonitas da língua de Camões. 1- Poesia. E todas as restantes palavras dessa família, como poeta ou poema. Gosto de a ver escrita, gosto de a ouvir, gosto de a dizer.  2- Saudade. Cliché parte 350, mas há lá palavra mais patriota e portuguesa? E que bonita é de dizer. Eu não sou patriota. "Prefiro rosas, meu amor, à pátria". Mas esta tem gosto de casa. 3- Coração. Dos contornos, da vibração, da sonoridade, das letras... Eu gosto. 4- Mar. E esta palavra também tem cheiro e cor. E quando assim é, está tudo certo. 5- Vida. E viver com ou sem prefixos... 6- Sonho. Ao virar um verbo também me faz arrepiar. Tal como mar, é daquelas que tem vários cheiros e cores, na medida certa até nos dá asas. 7- So...

Saí de casa para ir estudar para o Algarve quando tinha 18 anos. Fiquei por esta terra de mouras encantadas e passados 9 anos não sou de lado nenhum. Ao longo destes 9 anos percebi que quem, como eu, vive numa terra que não é a sua, não tem terra nenhuma. Quando vou ao que apelido de "casa", já não sou de lá. E no Algarve, não sou de cá. Não sou da terra que me viu nascer, as ruas, apesar de estarem iguais, já não têm o mesmo som, já não riem ou choram, como choravam e riam quando eu estava por lá. E não, não acho que tenham mudado por mim, mas eu mudei. O vento é o mesmo, mas sopra de maneira diferente. E isso nem é necessariamente mau, mas é diferente. A minha "casa" continua a ser aquela, mas já não me pertence. Já não é minha. O que era antes o meu mundo, já não é tão meu.  O meu mundo de lá, relembra-me sempre que, apesar das saudades e das melhores recepções, estou de passagem e de visita, eu já não sou de lá. No Algarve, bem, não sou de cá. Eu ainda nem conhe...

Tenho escutado algumas perguntas sobre o meu casamento e o que mudava, sabendo o que já sei e se fosse hoje... Então decidi compilar algumas dessas questões e responder de uma vez por todas. 1- Se fosse hoje, convidavas as mesmas pessoas? Começamos logo com uma pergunta polémica... Não... Se fosse hoje gostava de adicionar umas quantas pessoas há lista de convidados. E pasmem, também retirava outras quantas. Era uma das razões pelas quais voltava a casar, poder ter algumas pessoas importantes que não estavam, por algumas razões ou porque ainda não eram importantes. E retirava também algumas que não me acrescentaram ou acrescentam nada de positivo no momento. 2- Se fosse hoje, casavas pela Igreja? Sim, casava. Já percebi que há pessoas que casam pela Igreja porque gostam da cerimónia religiosa, ou acham mais bonito. No meu caso, não foi assim. Casei pela Igreja por ideologia, portanto, mantinha, naturalmente. Maaaas, política, futebol e religião, não se discutem com qualquer pessoa, log...

Às vezes precisamos estar realmente afastados,  precisamos de tempo e espaço. E há pessoas que nos deixam ter o tempo que quisermos, o espaço que precisamos. E há pessoas que sabem que não vale a pena refletir sobre esse tempo, que o melhor mesmo é aproveitar quando chega o tempo de voltar. Há pessoas que não cobram as nossas ausências, o nosso tempo. E são exactamente essas pessoas que nos fazem ver que vale a pena viver esse tempo e aproveitar o tempo que vem aí. Ter alguém que espera por nós, que sabe que precisamos realmente de tempo e nos dá o tempo que for preciso , ter alguém assim, é saber o que é amor. Vivemos tempos em que nos afastamos cada vez mais uns dos outros , do contra como sou, recuperei esse tempo com alguém muito importante. E como nem eu nem ela temos medo das palavras assumimos a saudade e o amor, sem mágoa pelo tempo ter sido demais , por nos termos falhado uma à outra em momentos importantes, sem rancor. Sabemos que fazia parte da nossa história ser assi...